Ruínas de Gorlan, de John Flanagan

Este livro faz parte da minha busca por uma história medieval decente
“Durante a vida inteira, o pequeno e frágil Will sonhou em ser um forte e bravo guerreiro, como o pai, que ele nunca conheceu. Por isso, ficou arrasado quando não conseguiu entrar para a Escola de Guerra. A partir daí, sua vida tomou um rumo inesperado: ele se tornou o aprendiz de Halt, o misterioso arqueiro, que muitos acreditam ter habilidades que só podem ser resultado de alguma feitiçaria. Relutante, Will aprendeu a usar as armas secretas dos arqueiros: o arco, a flecha, uma capa manchada e... um pequeno pônei muito teimoso. Podem não ser a espada e o cavalo que ele desejava, mas foi com eles que Will e Halt partiram em uma perigosa missão: impedir o assassinato do rei. Essa será uma viagem de descobertas e aventuras fantásticas, na qual Will aprenderá que as armas dos arqueiros são muito mais valiosas do que ele imaginava.”
As Ruínas de Gorlan já tinha chamado minha atenção desde o momento em que vi uma onda comentários positivos sobre ele na blogosfera.  Imaginem a imensa alegria desta pessoa que vos fala quando ganhou o livro de presente de aniversário de sua tia, embrulhado num belo papel prateado (beijo, tia!). Não demorou para que eu começasse a lê-lo, esperando encontrar nada menos que um mundo fantástico, cheio de castelos, reis, guerreiros, camponeses e outros elementos medievais. E bem, de certo modo, encontrei tudo isso. Mas não da forma que eu esperava.
A coisa mais frustrante com a qual me deparei durante a leitura foi a falta de, digamos, elementos complementares. A história foca o livro inteiro em mostrar a vida do personagem principal, seu treinamento como arqueiro e seu desenvolvimento como pessoa. Claro, ok, isso acontece em todo livro. Mas a falta de aproveitamento do que a trama tinha a oferecer me irritou profundamente. Quero dizer, o protagonista é cercado por um mundo riquíssimo em informações que, muitas vezes, são ignoradas pelo autor. E isso empobrece MUITO a história. Sinto que havia ali um potencial grande, capaz de conquistar os leitores assim como Hogwarts conquistou os fãs de Harry Potter, mas isso passou longe de acontecer.
Essa despreocupação também é vista nos personagens. Todos possuem grandes personalidades, que foram pouquíssimo exploradas. O começo do livro, onde vários amigos de Will são apresentados, dá a falsa esperança de que o enredo será rico no quesito personagens. Só que não é isso o que acontece, pois a maioria deles some e reaparece apenas nas últimas páginas do livro. Além do protagonista, só mais dois personagens recebem um pouco de atenção. Mais uma das falhas de Flanagan.
Mas Ruínas de Gorlan também, é claro, possui seus pontos positivos. A narração, embora inconstante em alguns pontos, flui bem. Principalmente nas cenas de ação, bastante criativas e reais. Quase consegui vê-las acontecendo na minha frente enquanto eu lia. O autor transmite bem as sensações de tensão, medo e insegurança quando é necessário. Além disso, o próprio desenvolvimento de Will durante o livro é ótimo. Ele acaba nos levando a um final bonito e inspirador, mesmo sendo um pouquinho previsível, que ficaria ótimo numa adaptação cinematográfica.
Pra finalizar, um breve comentário sobre a edição do livro: é MUITO bonita. Embora eu não simpatize tanto com essa capa (basicamente por causa da tipografia, que sobrecarregou a bela simplicidade da ilustração), a parte interna é muito bem feita. Letras grandes, início e fim de capítulos ilustrados e borda das páginas com arabescos nos cantos. Editora Fundamento, sinta-se abraçada pelo seu capricho.



Os detalhes e ilustrações ajudam a reforçar o clima medieval do livro. Puro amor.
Enfim. Tenho certa curiosidade em saber o que acontece nos próximos livros da série, mas ainda não tive a oportunidade de comprá-los (cadê os dinheiros, produção? Quero aumento no meu salário e - não). Espero, em breve, poder ler a continuação da série para ver se o autor conseguiu corrigir os erros do primeiro livro ou se apenas manteve o nível de superficialidade que demonstrou possuir. Dizem que os próximos volumes da série superam o primeiro, então ainda há uma esperança. Mas, por enquanto, continuo na interminável busca pelo livro medieval perfeito... 





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